
Domingo 8h. O sol já parecia o do meio dia. Protetores solares a mão, água algumas barrinhas de cereais e pé na estrada. O destino era o centenário Juca do Ponto.
Partimos em direção ao Cemitério Municipal pela SP-151. Após passarmos pela substação de energia dobramos rumo a Usina Boa Vista. No caminho um constrangimento. Uma placa em Iracemápolis alertando a presença de veadinhos na pista. A empresa evidentemente importou os adesivos dos E.U.A onde é comum esses bichos, mas aqui no Brasil, principalmente em Iracemápolis que é terra de macho, o que passa pela nossas estradas são as temíveis onças. Com esse argumento mantivemos nossa moral em alta seguimos ao lado da via. Ao chegarmos próximo de um belo tanque encontramos uma carcaça de capivara baleada. Ficamos chocados com a cena e enjoados com cheiro. Dobramos a esquerda novamente e pegamos uma estrada de terra ferrada.Cada caminhão que passava –e não eram poucos- tínhamos que cobrir o nariz com a camisa para não afogar com o pó.
Depois de caminharmos por cerca de uma hora e meia avistamos do alto, o lendário Juca do Ponto. Na entrada um cachorro, que lembra um fila pulou em meu peito. Antes mesmo de reagir saiu um sujeito do bar e disse: “Fica tranqüilo que ela está apenas te cumprimentando”. Não tinha outra opção a não ser acreditar.
Depois da calorosa recepção entramos no boteco. O lugar lembra aqueles bares de beira de estrada. Balcão largo, bebidas na prateleira e fotos por todos os cantos. E, em cima do balcão uma mortadela gigante de meio metro de comprimento.
Mas a nossa surpresa maior ficou por conta do atual proprietário o Geraldo. O senhor simpático de 50 e poucos anos, nos disse que comprou o ponto do Juca do Ponto por cerca de R$ 20 mil. O motivo do preço é que ponto é centenário, e segundo os cálculos de Geraldo tem mais de 150 anos.
Ao lado do ponto há um lugar místico. Uma igreja que tem como altar uma pedra que foi usada para celebrar as primeiras missas em Iracemápolis, mas que atualmente conforme Geraldo está abandona e nem missas são mais realizadas.
Depois de provarmos a famosa mortadela que é muito boa por sinal, voltamos para casa, pelo caminho oposto, ou seja, passamos pelo Pilão e saímos na SP-147.
O passeio levou cerca de três horas e meia. O conselho para quem for ao Ponto é que leve pelo menos uns R$ 10. A quantia é mais que suficiente para comer uma porção de mortadela, tomar uma cerveja gelada e ganhar de lambuja um aperto de mão do cão de guarda.



